quinta-feira, 9 de abril de 2009

FEIJOADA – O PRATO QUE VIROU MANIA

Carne seca, lingüiça calabresa, feijão e um bom tempero é a fórmula certa para uma deliciosa feijoada, que hoje vem se tornando mania, não só em Salvador, mas também em diversos pontos do Brasil.
Na capital baiana, a cada esquina, em cada bairro, ruas ou travessas, há um bar ou restaurante que tenha em seu cardápio a famosa feijoada, desde os botecos mais baratos da Sete Portas, Feira de São Joaquim, Largo do Tanque, aos sofisticados restaurantes dos hotéis Othon, Catussaba e Holiday. E não só em restaurantes está a feijoada, se tem aniversário lá está ela, se tem uma reunião, ela está também.
Até automóvel já foi ponto de venda da feijoada, como conta Pedro Miguel, Corretor de imóveis, que tem a feijoada como seu prato predileto, “há alguns anos atrás, não sei o tempo exato, havia a “Feijoada quatro Rodas”, vendida por um senhor numa Kombi que circulava na Orla marítima de Salvador”. Além desta, ele cita mais duas feijoadas bastante freqüentadas atualmente, a servida no Posto Shell, localizado na Avenida Pinto de Aguiar, e a Feijoada do Balbino no bairro do Imbuí.
Quem não conhece a feijoada da Dadá? Banhada à música e diversão, o evento ocorre sempre em Janeiro, antecedendo o Carnaval, e já se tornou tradicional em Salvador, trazendo para a cidade inclusive alguns famosos.
Assim como Dadá, Alaíde Conceição, mais conhecida como Alaíde do feijão, também realiza um evento onde é servida a sua tão famosa feijoada. Com 17 anos de cozinha, a quituteira afirma que seu restaurante tornou-se ponto de encontro entre amigos e artistas, e ainda acrescenta que “o segredo do meu feijão é o tempero, a qualidade das carnes do feijão, que preferencialmente deve ser mulatinho, o tempo de cozimento, e claro, o bom preço e atendimento familiar que o local oferece, já que entre os funcionários estão meus filhos e netos.”
Projetista gráfico de alguns blocos carnavalescos, filho de Batatinha, nascido e criado no Centro Histórico de Salvador, Lucas Batatinha vai ao restaurante de dona Alaíde desde pequeno, quando ainda tinha a companhia de seu pai. Para ele a substancialidade da comida, que alimenta por muito tempo, a quantidade, além do atendimento e do tempero, sãos os fatores que o leva a freqüentar o restaurante da quituteira, e sobrepondo-se a todos esses fatores, ele afirma, “o ambiente familiar do local, o cuidado no tratamento das comidas, o exemplo de mulher que conciliou sua carreira de sucesso com a criação de filhos e netos, me faz admirar Alaíde e voltar aqui sempre.”
Mas a história do feijão não começa por aqui. Existe uma discussão acerca da origem desse prato tipicamente brasileiro.
Para alguns a feijoada surge na época da escravidão, quando os senhores de escravos dispensavam determinadas partes do porco, as menos nobres, e as ofereciam aos escravos. Estes reuniam numa panela essas partes do porco, o feijão, água e sal, e desta mistura nascera à feijoada.
Entretanto, para alguns historiadores, a feijoada não tem nenhuma ligação com as senzalas, muito pelo contrário, para eles ela surge “bem longe das senzalas”, como afirma Rodrigo Elias, doutorando em História Social na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em seu artigo “Feijoada: breve história de uma instituição comestível”. Ele escreve em seu texto que “O que se sabe de concreto é que as referências mais antigas à feijoada não têm nenhuma relação com escravos ou senzalas, mas sim restaurantes freqüentados pela elite escravocrata urbana.” Séculos se passaram e a feijoada continua ali, o prato que marca a identidade da culinária brasileira, o prato preferido pela maioria dos baianos na hora de reunir a família e os amigos. Como já dizia Chico Buarque: “A laranja Bahia ou da seleta/ joga o paio, carne seca, toucinho no caldeirão/ e vamos botar água no feijão.”

3 comentários:

  1. Hum! Amiga, adorei a matéria!

    Uma delícia!!!!

    Bjokas...Fica com Deus!

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  2. Gostei...trouxe um pouco da história sobre essa feijoada q qse todos amam. Da periferia aos bairros nobres experimentam essa delicia...principalmente eu!

    Matéria Maneira...

    Na fé!

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  3. interessante sua abordagem sobre a Feijoada! Muito bom saber um pouco da historia dela!


    estouradaa!

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